sábado, 9 de fevereiro de 2013

Sangue Ruim - 1986

Cineasta: Leos Carax
Gênero: Policial/ Romance/
Ficção Cientifícia
Origem: França
Áudio: Francês
Legenda: Pt-Br
Formato: Avi



Sabadão, dia de filme! Esse é o terceiro filme do Leos Carax que posto aqui, e faço isso com vontade de conhecer e compartilhar ainda mais. Vamos a sinopse e um comentário posterior.

Com toques de cinema noir , esta ficção científica gira em torno de uma estranha epidemia que se espalha pelo país, chamada STBO. A doença é transmitida através do sexo, mas apenas do sexo sem compromisso, sem vínculo afetivo. Um remédio foi desenvolvido, mas é inacessível. Marc (Michel Piccoli), um homem desesperado e cheio de dívidas, é contratado para roubar a fórmula de um prédio do governo. Ele pede ajuda a Alex (Denis Lavant), um adolescente que se sente atraído por duas mulheres: Lise (Julie Delpy), sua namorada, e Anna (Juliette Binoche), amante de Marc.

Mais uma grata surpresa, Leos Carax, nos brinda com um excelente jogo de luzes e cores em movimento, despojado em suas construções artificiais grandiosas, fato que da a Sangue Ruim uma fotografia privilegiada, que no entanto age como mero coadjuvante, já que o corpo de seu protagonista em si, toma parte como peça principal da trama. Alex, está em descompasso com os acontecimentos, atrasado ou a um passo a frente, seu corpo está em constante decadência, perecendo diante de seus dilemas, agindo como notas musicais que ensurdecessem, fora do estúdio, no caso, seu corpo. A prova disso, ocorre em uma cena marcante da trama, sua corrida desvairada contra todos os seus anseios, ao som de Modern Love do  David Bowie, expressando cansaço, desiquilíbrio, mas ao mesmo tempo fúria e força, no mesmo plano em que linhas verticais nas paredes e muros, parecem dificultar ainda mais, o caminho para seu corpo desajustado. Tudo enclausurado em um corpo forte, porem pequeno e cheio de traumas.

Falando um pouco do romance da trama. Alex é uma espécie de herói que se esforça, sem chegar a seu objetivo, de começar uma nova vida. Ele é um desses personagens que buscam o sentido das coisas. Anna é alguem completamente indiferente ao mesmo, que procura meramente conviver e se acomodar naquilo que  lhe foi imposto, mesmo que isso não seja sua real natureza. Alex se encanta por sua beleza, mesmo aceitando que não a terá, através de tentativas vãs, pela própria forma de tentar. Há uma disputa de egos, e atração e rejeição entre os dois, o que desnorteia ainda mais a vida sem rumo de Alex. Ela é o motivo, ou um pretexto para a unica linha reta do roteiro de Leos Carax, o assalto planejado pelo marido de Anna e seu comparsa, que encontram em Alex, a solução para seus problemas.  Carax usa essa faceta para poder explorar suas linhas paralelas, um toque de conspiração e filme policial, tradicional até mesmo no cinema de Gordard, sendo um mero momento de escape, para tantos devaneios, e mesmo assim tudo é submetido a uma estranha proposta de ficção.  Aliás isso torna o filme mais compreensivo e regado de ação, o que faz com que Sangue Ruim não seja tedioso em seus diálogos existenciais, a mescla com um filme cheio de tramas, enriquece e deixa ágil o longa, assim como Carax fez em seu Holy Motors. Assim ficamos presos com prazer entre suas construções artificiais, em perseguições e poesia entre a vida e o amor. Bom filme!


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