Rocco e seus Irmãos - 1960

Cineasta: Luchino Visconti
Gênero: Drama
Origem: Itália
Formato: Rmvb em 2 partes
Áudio:  Italiano
Legenda: PT-BR

Salve!!! Passamos dos cem mil acessos, graças a vocês nossos leitores, em virtude disso vamos atualizar esse blog, afinal, estamos em divida a alguns dias. Agora o tempo parece que vai colaborar para a constância dos posts. Nada melhor que voltar com a minha saga de filmes da coleção  folha de cinema europeu. Rocco e Seus Irmãos é um filme do contestado e controverso neo realista Luchino Visconti. Em outra ocasião podemos falar mais sobre ele, basta resumir aqui que ele veio de familia abastada e foi introduzido no mundo das artes por Coco Chanel, uma famosa estilista, sendo assim seu cinema com ideais marxistas não perdiam as características aristocratas de seu autor, deixando seu trabalho com um sentido dúbio. Como a missão é falar do filme. Vamos a uma sinopse e um comentário posterior.

Rosaria se muda para Milão com seus quatro filhos, entre eles Rocco. O quinto filho, Vincenzo, já vive na cidade. O filme mostra como, aos poucos, todos vão se acertando em suas novas vidas na nova cidade.  O filme se desenrola no jogo emocional entre o puro e sincero Rocco e o malandro e desequilibrado Simone. Todas as passagens condizem com seus aspectos emocionais, em meio a grande cidade de Milão, o cenário do caos interno de cada personagem. Com o tempo a adaptação é notória, contudo os resquícios do campo permanecem na inocência deles. Simone é um exemplo de caipirão que descobre os vicios da vida na cidade, o que o impede de ser um grande talento do boxe, a bebida, o jogo e a paixão repentina por uma prostituta o afastam do sucesso. Rocco, é o exemplo de menino do campo que não consegue se enquadrar na sociedade, contudo segue a vida de arrumar um bom emprego, até que seu caminho também cruza o da prostituta que seu irmão ama, causando rusga entre eles, até que uma sena chocante o afasta da moça, assim ele acaba enveredando para o boxe da mesma maneira, contudo muito mais disciplinado, com um estado de espirito ainda puro, preservando seu amor pela família. Esse martir na vida de Rocco é o ponto que caracteriza o romantismo dramático da obra de Visconti, é como pintar um bom moço de novela, que não tem pulso para lutar por suas vontades, pensando nos outros acima de tudo, esse é Rocco, que se torna o ponto central para todos. Ciro, outro irmão, é um coadjuvante importante, ele parece o personagem redenção, um metalurgico, que vive sua vida bem adaptado na cidade, sem que nada o atinja, sendo um ponto de equilibrio entre os opostos Simone e Rocco. Bom vamos parar de contar o filme certo? Melhor uma analise com relação a intenção do diretor.

Luchino Visconti que tinha por hábito falar da ruina aristocrática, em Rocco e Seus irmãos buscou falar das camadas mais baixas da população italiana, do choque de culturas. A passividade de outrora, como em o Leopardo, é vista aqui. Rocco é tomado por seus infortúnios e faz parte do processo de mudança, é carregado pela vida de modo a se tornar aquilo que não queria, sem ao menos relutar. As passagens trazem o lado mais degradante do conceito família, contudo preservando a amor tão necessário para sustentar a união de seres tão distintos. Uma tragédia de amor, é isso que Visconti celebra. A cena que marca isso é o encontro em um café entre Rocco um militar e a prostituta ex amante de seu irmão, ali entre pensamentos ternos e vagos, ambos se apaixonam, selando as desventuras que ocorreriam a seguir entre os Parondi. Ainda para inovar no Neo Realismo que mostrava uma Itália destruída no pós guerra, Luchino mostra um processo de reconstrução, aonde  a té mesmo a migração é necessária para tanto. Com música do celebre Nino Rota, o desenrolar é uma camada fina de poesia aos olhos dos espectadores, cabe agora a você caro leitor, desfrutar uma das obras mais marcantes do neo realismo. Bom filme!!

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