terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lili Marlene - 1981

Cineasta: Rainer Werner Fassbinder
Gênero: Drama
Origem: Alemanha
Formato: Rmvb em duas partes
Áudio: Alemão
Legenda: Português


Salveee!! Assumo que faz tempo que não passo por aqui, mesmo que a ultima atualização seja minha, quem derá o pessoal tivesse mais vontade, ou mesmo tempo. Contudo vamos a mais uma atualização que supre o tempo perdido. Lili Marlene é mais um filme da coleção européia da folha que tenho acompanhado, do talentoso e já falecido Fassbinder, que apesar de apenas um pouco mais de uma decada dirigindo, conseguiu nos entregar uma filmografia de 42 filmes, um marco impressionante, principalmente pelo nivel que ele manteve durante toda a extensão da sua arte. Seus filmes sempre procuraram revirar o passado recente e vergonhoso de seu povo, colocando o dedo na ferida de uma nação envergonhada, que tentava maquiar com o progresso, a crueldade de outrora. O engraçado é reparar que Fassbinder faz tudo isso sem qualquer apelo emocional, sendo direto em seu objetivo, como um estudo frio, com alto teor de habilidade prática.

Lili Marlene retrata a história de vida de uma moça que se tornou refêrencia na segunda guerra mundial, com uma musica, o título do filme por sinal, mas além disso trata-se de sua história como pessoa, seu amor judeu, que lutava contra o regime nazista, obtendo lucro com refugiados. Todo um clima de conspiração, armações e jogo de interesses é mostrado de uma forma a corromper até mesmo um regime que nutria tanta empatia por seu lider, e até ai Fassbinder mostra que a devoção de seu povo por seus ideais é degradado conforme interesses financeiros. Toda a ideia que fermentou o holocausto parte de um povo que sentia necessidade de tomar sua pátria de volta, contudo o meio para isso se perdeu em um culto ao preconceito, de ambas as partes inclusive, afinal não podemos esquecer que durante todo o longa por exemplo, a moça é discriminada por ser judia, pelo pai de seu amante.

A superioridade dessa obra sobre as outras que retratam acontecimentos durante a segunda guerra, é mostrar o lado humano sem qualquer apelo, preenchido de detalhes, assim nós conhecemos os personagens, contudo não nutrimos empatia apelativa, e as passagens que carregam suas vidas facilita nesse ponto. Assim ambição, loucura, e outros pontos de animalidade humana são expostos, com um toque longincuo que nos faz pensar friamente, sem qualquer comoção abusiva.

Esse tipo de obra impulsionou o cinema novo alemão, que deixou de ter medo ou vergonha do passado, expondo todas as falhas de um processo estranho de civilidade, no qual foram expostos e agredidos não apenas os judeus, mas a Alemanha inteira e o mundo. É como eu discutia esses dias com uma amiga, o falso conceito de livre arbitrio é quebrado, no momento em que uma pessoa ou acontecimento cruza a nossa vida, nos forçando a decidir por um caminho, nos obrigando a agir de um modo alternativo. No caso do filme, a moça e seu amor judeu tiveram suas vidas distanciadas, assim como tantas pessoas que tiveram suas histórias interrompidas pela tirania de um governo, como qualquer outro que se estabelece e nos obriga a agir em sociedade, esse é o conceito de sociedade, viver conforme o que nos é imposto, uma realidade muito bem escondida. Sem mais divagar, é isso, bom filme.

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(links quebrados)
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