terça-feira, 18 de outubro de 2011

Asas do Desejo - 1987

Cineasta: Wim Wenders
Origem: Alemanha
Gênero: Drama/ Fantasia/ Romance
Formato: Rmvb
Áudio: Alemão
Legenda: Pt-Br


Salve, salve!! Continuando pela minha experiência com os filmes europeus da folha trago um alemão dessa vez. Asas do Desejo tem uma temática bem parecida com o aclamado Cidade dos Anjos, se esse mega sucesso saiu desse primeiro filme alemão, não sei dizer, contudo o filme de Win Wender carrega uma poética infinitamente superior, mais delicada, deixando o tom de romance em segundo ponto, chegando até mesmo a reviver o cinema de Bergman ou Antonionni com relação ao existencialismo, a questão do carater humano e tudo o que procede nesse caminho. Vamos a uma pequena sinopse comentada, como de costume.

Na Berlim pós-guerra, dois anjos perabulam pela cidade. Invisíveis aos mortais, eles lêem seus pensamentos e tentam confortar a solidão e a depressão das almas que encontram. Entretanto, um dos anjos, ao se apaixonar por uma trapezista, deseja se tornar um humano para experimentar as alegrias de cada dia.

A forma como o anjo assume a vontade de viver, motivado pelo amor é a poética principal do filme, não se trata apenas dos anjos, mas de todos aqueles que não são movidos por um sentimento forte, sentindo assim um distanciamento daquilo que almejam. Os anjos são essa figura metáforica representada em sua visão em preto e branco, aliás tanto Dammiel, quanto os outros são o traço de um povo alemão pós guerra fria, que vive com medo, divididos por um muro. O traço nostalgico se da pelo poéta e leitor de mais idade que tenta riviver em sua memória uma época sem guerra, sem divisão, aliás Cassiel que o observa, fica fascinado por um sentimento diferente daquele que toma tanto a visão dos anjos que ouvem as preces ou pensamentos corriqueiros de um povo diminuido por suas vergonhas. Esse sentido, essa brincadeira de observar de um modo distante tudo o que aflinge aquele povo, é a figura da história, aquilo que fica, que não é mais sentido.

Não vamos esquecer de Dammiel, ele sente um amor arrebatador, que o faz desistir da imortalidade, para viver, ainda sim com receios uma vida humana, esse ponto é a entrega as causas da vida, outro ponto metáforico de extrema poesia, um sentimento mais forte que o medo, o amor, toma conta de alguem que estava distanciado mas passa a sentir e ver como um ser humano, agora colorido. Marion é seu par ideal, pois assim como o anjo que é inadaptado por sua atemporalidade, Marion se ve como uma estrangeira aonde vive, e perdidade, sem saber o sentido ou o rumo que sua vida tomará, e a mistura desses dois pontos distintos contudo tão parecidos trará um sentimento de renovação.

Ainda em Dammiel, não posso deixar de mencionar o fato de ele querer saborear as coisas mais simples da vida, isso marca não como uma lição, mas deixa de modo subjetivo a conclusão que as pequenas coisas são refugio para qualquer tormento. A cena em que Nick Cave & The Bad Seed cantam From Her To Eternity é precisamente esta celebração do amor com que se pretende reconstruir Berlim. Que texto passional não? É o retrato desse filme de Wim Wender, nas mais puras sensações que esse que vos escreve pode sentir. Bom filme!!

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