segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Hiroshima Meu Amor - 1959

Cineasta: Alain Resnais
Origem: França/Japão
Gênero: Drama/Romance
Áudio: Inglês/Francês/
Japonês
Legenda: Pt-Br
Formato: Rmvb

"Você me mata, você me faz bem"


Segunda chuvosa aqui em São Paulo, tempo ideal para falar de um romance, correto? Então vamos falar de um dos melhores, mais marcantes, sobre o punho da Nouvelle Vague, o que é ainda mais incrível. Sim, os francêses tem um charme especial para falar de amor, Alain Resnais valeu-se de toda essa peculiaridade para transformar Hiroshima Meu Amor, em um conto trágico, nostálgico, contudo belo e avassalador, ao apresentar o amor como um fator inesperado, que surge e toma se apodera de todos os outros sentimentos que poderiam talvez, dete-lo. A analise ficará mais prudente com uma sinopse comentada, portanto, lá vamos nós!!


Durante sua participação num filme sobre a paz, rodado em Hiroshima, uma atriz francesa tem uma aventura amorosa com um japonês, o que reaviva nela lembranças de uma trágica paixão durante a Ocupação. Pois bem, é nessa mistura de corpos e lembranças ou mesmo imaginação que o filme inicia. A atriz francesa descreve todos os horrores de Hisoshima com se ela mesmo o tivesse sentido na pele, o fato é que esse ponto inicial, mascara seus verdadeiros fantasmas, sua antiga paixão. Durante sua aventura no Japão, ele revive seus horrores, misturados a uma nova paixão que a toma por completo, seus sentimentos se misturam, assim como os de seu amante, que sente na pele a dor da amada, e no meio dessa mistura, ele já não é mais ele, ele é o sentimento de amor que ela sente, independente do tempo, da pessoa, o dialogo em que ela conta seu drama deixa isso claro, um modo poético de demonstrar a superação e o recomeço. Aliás o contraste entre os dois demonstra isso, enquanto a francesa ve todos os horrores que a cercam, que já atormentaram o mundo, o japonês sente que a ama, e não cansa de repetir isso, ela é o sentimento de dor, derrota, angustia enquanto ele surge como o amor, o já citado recomeço, e tudo isso se funde em uma só direção.

O tom nostálgico do qual me referi, se deve ao fato de Resnais se valer da Segunda Guerra para contar sua história, aliás o retrato inicial em forma de documentário é impressionante, de certa forma expressionista, em que o passeio pelos horrores da guerra dão a dimensão do profundo sentimento que vem no filme como um todo, não se trata apenas de um fator histórico frio e documentado, carrega em si a dor daqueles que ainda possuiam marcas de tão terrivel acontecimento. A trilha sonora em meio a tantas tomadas mudas, reverencia e carrega todo a tensão, expressa através de imagens, aliás essa divisão de chocar, depois aliviar com o romance e voltar a chocar, tornam o trabalho de Resnais inesquecivel, belo, doloroso, tipo de filme que realmente podemos chamar de CLÁSSICO, já que sua temática jamais se tornará velha, a não ser que o amor decida morrer para o mundo levando com ele qualquer sentimento de esperança (embora movimentos culturais tão significativos já tenham morrido). Bom filme!!


Essa foi uma matéria resumida daquilo que pretendo expressar, logo mais abriremos nosso espaço somente para critcas, aguardem!

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