quarta-feira, 25 de maio de 2011

Noites de Circo - 1953

Cineasta: Ingmar Bergman
Gênero: Drama
Origem: Suécia
Legenda: Português
Formato: Rmvb


Mais post hoje ! E pra variar, mas um do Ingmar Bergman. Aliás nunca vi carreira tão equilibrada no cinema, não encontrei até agora nenhum filme que não tenha gostado do sueco, hoje no meu gosto ele só está atrás de Federico Fellini.
Eu meio que estou agindo em retrospectiva nos posts a respeito de Bergman, e não tenho me decepcionado, parece que fazer cinema de qualidade era dever para ele. Vamos a uma sinopse e depois eu comento em específico do filme.

Albert Johansson (Åke Grönberg) é o diretor de um circo que está se preparando para um novo espetáculo, no interior da Suécia. Além de não ter mais certeza sobre seu amor aos espetáculos, ele está vivendo uma crise no seu relacionamento com Anne (Harriet Andersson), que acaba se rendendo a um ator local.

Circense e em ritmo de sonho, Bergman concebe um filme bem ao estilo "felliniano" com alguns toques de Eisenstein. Não sei se a inspiração surgiu por conta de seus colegas cineastas, mas foi a primeira impressão que tive. Logo no começo a companhia parte para o interior da Suécia em meio a um clima ruim, que remete ao estado emocional de seu dono. Achei no mínimo interessante a história de Frost o palhaço, que é citado como se fosse uma lenda, mas logo após algumas cenas, percebemos que o mesmo faz parte da turma, e representa através de sua graça, a melancolia que atingi os personagens centrais do longa. Ainda nesse tom, o filme é intensamente expressionista, e todos os personagens importantes passam por uma espécie de humilhação, que rasteja, lenta e sem pudor durante a exibição. Por tal motivo o filme foi muito criticado e permaneceu no esquecimento, aonde poucos conseguiram reconhecer a tamanha beleza crua que Bergman passou.

Ainda em tom de mostrar o sentimento de humilhação e decadência circense, Bergman coloca suas figuras do picadeiro em contra ponto com atores do teatro, que se julgam superiores aos colegas tanto profissionalmente quanto em posição de ser humano. De fato o contraste é grande, mas não consegue apagar a beleza singela do Circo, em suma Frost e sua alegria quase que sombria, em tempos que era difícil manter um sorriso. 

Alguns apontam esse como o debut de grandes filmes do cineasta sueco, mas eu confesso que preciso completar sua filmografia para ter uma visão melhor, de fato nada me desagradou até o momento, e como se o conjunto não importasse, cada filme consegue nos revelar grandes surpresas. E mesmo depois de tantos filmes produzidos pós Noites de Circo, me arrisco a dizer que essa é a mais bela fotografia de todos os trabalhos de Bergman. Bom filme !!

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