domingo, 29 de maio de 2011

Mary e Max - 2009

Cineasta: Adam Elliot
Gênero: Animação/Drama
Origem: Austrália
Áudio: Português
Formato: Rmvb


Salve !! Uma animação australiana dessa vez. E mesmo datando de 2009, Adam Elliot resolveu usar da charmosa técnica de stop motion em argila, com traços bem rebuscados e pessimistas, como a concepção de mundo de seus personagens principais. Se a animação foi originada para incentivar a imaginação, e a modificação da realidade, Elliot procurou seguir uma linha firme, contando um bom drama, com algumas perspectivas fantasiosas, no que diz respeito ao pensamento dos protagonistas, e apenas isso, o resto é uma sucessão de realidade extrema, buscando o principio da dificuldade de comunicação de cada ser para com o mundo, principalmente os diferentes. Vamos a sinopse, e depois um comentário.

Mary é uma garota australiana de 8 anos, que tem dificuldade de fazer amizade com as demais crianças. Ela vive incomodada por sua marca de nascença na testa, o que faz com que sofra bullyng. Como se não bastasse isso, seu pai está sempre ocupado consigo mesmo, e sua mãe passa o dia todo bebendo, sem dar atenção para a filha. Certo dia, olhando a lista de endereços de outros países, ela resolve mandar uma carta para um desconhecido, perguntando de onde vinham os bebes na América, já que seu avô lhe tinha dito, que na Austrália eles eram encontrados na cerveja. O escolhido ao acaso é Max, um solteirão de 44 anos, que sofre de obesidade crônica e um pequeno retardo mental, a sindrome de Aspenger (um autismo consciente), ao receber a carta, ele passa por um tempo de surto, como sempre acontece em algo novo em sua vida. Contudo, passando isso, ele resolve responder a carta de sua nova amiga, que muito gentilmente havia lhe mandado uma barra de chocolate junto da carta (a comida preferida de Max). Feito isso eles começam a trocar correspondência continuamente, com algumas pausas por causa dos surtos de Max, que não consegue  responder todas as dúvidas de sua única amiga. Paramos por ai, agora um comentário.

Elliot joga a tona, diversos problemas que muitos de nós passam, por se sentirem diferentes. No caso de Max e Mary, a solidão e o pior deles. O caso de Max é pior, por todos os problemas que ele enfrenta em sua saúde física e mental. Mas isso é tratado de modo delicado, e por diversas vezes vemos o grande coração desse homem, que pouco sabe da vida. O modo como ele explica certas coisas a ela, chega a ser cômico, e a visão tão limitada que ela ainda tem de mundo, faz com que ambos se compreendam perfeitamente. A pureza da amizade, mesmo que distante é colocada em evidência. Eles são uma geração anterior a dos internautas de hoje, que muitas vezes dependem do veículo para se sentirem completas, ou mesmo para encontrarem amigos.

Fugindo completamente do atual seguimento das animações, Adam Elliot,  procurou um tema indigesto, equilibrando a carga emocional, aonde rimos e refletimos em momentos alternados, com um perfeito humor negro que pode incomodar as linhas mais convencionais, no entanto não a como negar, que Mary e Max é um trabalho claramente emocional e belo. Bom filme !!

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