sábado, 28 de maio de 2011

Ginger e Fred - 1986

Cineasta : Federico Fellini
Gênero: Drama/Comédia
Origem: Itália
Áudio: Italiano
Legenda: Português
Formato: Avi


Salve !! Ontem abusamos um pouco das animações aqui no blog, mas julgo necessário, ainda vamos arquivar um pouco mais esse clássicos animados. Hoje volto a falar do cinema que mais me agrada, na companhia do sempre maravilhoso Federico Fellini. Esse filme data já do final de sua carreira, o terceiro antes do fim. É engraçado ver Marcello Mastroianni e Giulietta Masina, já em idade avançada, sob a direção de um Fellini que já não era mais o senhor do cinema italiano. A trama mostra artistas já sem brilho, como Pippo e Amélia, imitadores de Ginger e Fred, os bailarinos americanos, que depois de 30 anos sem se verem, se reencontram para um tributo na televisão. Além da carreira, eles deixaram o amor que sentiam para trás, sem contar todo a habilidade e o charme para a dança. Veja pela sinopse que Fellini mostra o fim desgastado dos artistas, uma homenagem bem particular a Mastroianni seu amigo em cena, e Giulietta sua esposa, dois protagonistas de grandes filmes do cineasta. 

Tirando o saudosismo das homenagens, Fellini faz uma crítica a televisão, que havia roubado o espaço do cinema, uma espécie de vingança, mostrando o quão fútil e torpe aquele meio de comunicação poderia ser. Não é por acaso, que envolta de Ginger e Fred, seres bizarros, ou até mesmo sem verdadeiros motivos foram chamados ao programa. O bom, é que o filme não finda apenas como uma crítica, a trama entre os protagonistas é muito bem feita, mesmo que alguns poréns fiquem subentendidos, e ambos não tenham tanta química (sendo o primeiro trabalho juntos). É bem proposital, jogar a poesia no ar, e não se importar com detalhes, é algo típico de Fellini inclusive, visto que a arte deles, tal como o amor, figura como uma passado belo, mas apenas passado. Ainda falando do casal, e até de modo geral, as críticas não param na televisão, analisamos também a fama, que assim como tudo na vida passa, deixando muitas vezes algumas pessoas deslocadas, por não saberem viver sem ela. É de todo nostálgico o roteiro de Fellini, mesmo que tente manter a graça com alguns personagens bizarros a ponto de lembrarmos da arte circense que o diretor tanto gosta, através dos anões por exemplo e tanta alegoria, é impossível não recordar do circo. Apenas parafraseando uma cena do programa, a dança entre Ginger e Fred, mostra todo o desgaste do tempo, que mesmo assim não tira a elegância de quem já fez um número tantas vezes (embora Giuletta não leve o mínimo jeito, salvo por Mastroianni).

O tom do filme, parece mesmo um arremate de tudo aquilo que já foi produzido por grandes artistas, e não poderia ser em momento mais adequado, como se tudo estivesse em transição, até mesmo a vida de Fellini e seus protagonistas. O que tira a sensação de amargor, é o final que contém um certo lirismo, e deixa claro o amor, assim como a arte, não morre, mesmo que fique escondido em doces memórias. Bom filme !!

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