quarta-feira, 4 de maio de 2011

Julieta dos Espíritos - 1965

Cineasta: Federico Fellini
Gênero: Drama/ Fantasia/ Comédia
Origem: Itália
Áudio: Italiano
Legenda: Português
Formato: Rmvb


É impressionante, eu não consigo passar muito tempo sem repetir os diretores que mais me impressionam. Fellini, depois de uma série de experimentos, é o diretor que mais me agrada na história do cinema, portanto nada mais justo que tentar aos poucos completar sua filmografia aqui no blog, tenho certeza que isso não agrada somente a mim. Sei que ainda faltam obras centrais, como A Doce Vida, A Estrada da Vida, contudo isso logo vai ser solucionado, ao menos que eu não goste de algum dos filmes dele (algo impossível até então). Tenho tomado caminhos que enveredam em torno das obras que citei, ontem mesmo assisto Os Palhaços, que brevemente também fará parte de nosso acervo. Mas sem divagar tanto, vamos a uma sinopse e comentário posterior do filme.

Julieta é uma pacata dona de casa que, ao descobrir a traição do marido, logo pós completar 15 anos de casamento. começa a ser acometida por visões, dando início a uma jornada de auto-descoberta em que os sonhos se misturam a realidade. Sendo assim ela não tem mais certeza do que espera para o futuro, e a companhia do marido não parece mais o único conforto. Para isso ela conta com a ajuda de sua vizinha nada convencional, que prega a liberdade sexual, isso atormenta Julieta que tem uma cabeça conservadora, e parece ser atormentada por espíritos, que na verdade simbolizam os seus desejos e receios. Não se trata de um filme propriamente espiritualista, embora pareça em certos momentos, foca mais em anseios, em sentimentos que remetem inclusive a sensação de tempo perdido pela falsa felicidade do casamento. Para somar a isso tudo, Julieta vem de uma educação conturbada, entre a religiosidade e a incredulidade de seu avô, a qual ela lembra com carinho. Não tem como não lembrar de Oito e Meio, alguem de meia idade com problemas existencialistas, a formula é parecida, e o filme é tão surrealista quanto o maior sucesso de Fellini. Para ressaltar isso tudo, foco na cena em que nossa protagonista se despede de seus antigos tormentos, por já se sentir livre, até mesmo seu avô agracia essa despedida com a sua imagem.

Vale ressaltar que a obra foi feita em homenagem a Giulietta Masina, sua esposa, que fez sucesso em um outro filme seu, Noites de Cabíria. Outro ponto interessante é o fato do filme ser o primeiro colorido de Fellini, e mesmo sendo seu primeiro experimento, as cores são maravilhosas, uma mistura de sofisticação com alguns tons exagerados, que permaneceu durante a continuação de sua obra. E mesmo de narrativa bem densa, sendo necessário máxima atenção, Julieta dos Espiritos é bem dinâmico, explorando muito bem as freqüentes doses de nervosismo expostos em imagens de sua protagonista.  Fellini filma sonhos, tem definição melhor do que essa ? Nino Rota bem que da uma mão com suas composições maravilhosas. Em poucas palavras dessa vez se tornou claro o objetivo do filme, outros pormenores, alguns fatos construídos ficam dessa vez por conta do espectador, afinal não é bom dar tudo de mão beijada. Só posso agora desejar um bom filme !!

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