segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Fausto - 1926

Direção: F.W. Murnau
Gênero: Drama/ Terror/ Fantasia
Origem: Alemanha/ EUA
Duração: 116 minutos
Legenda: Inglês/ Português
Áudio: Mudo


Salve !! Voltamos a nossa turnê européia, Voltamos a falar um pouco de Murnau, um importante cineasta para a cultura alemã, sua passagem pelo expressionismo foi cheia de alterações ao estilo, o que ao meu ver beneficiou a evolução do gênero. Esse por sinal, foi o ultimo filme que o diretor rodou na Alemanha, já que depois disso ficou impossível trabalhar por conta do Nazismo. Sobre sua migração para o EUA falaremos em outra ocasião. O fato é que Murnau escolheu grandes obras para adaptar em sua carreira, e o Fausto foi a mais polêmica. Apesar do grande investimento da produtora, da fama do cineasta, o longa obteve rejeição da crítica e até mesmo do publico alemão. Provavelmente por abordar o conto mais famoso do país de um modo um tanto pitoresco, vulgarizando o tema bem e mal da obra, sendo que os alemães levam muito a sério o clássico nacional.  Ainda mais que o filme foi trabalhado no fim do expressionismo, que já estava demasiado assimilado, e compreendo que todo momento de transição é complicado. Sendo assim, um longa que foi produzido para ser uma grande marco do cinema mundial, não passou de poeira para a época. Contudo o filme tem o seu valor, do qual, vou defender nesse meu post. Para um comentário posterior, julgo necessário uma sinopse


Baseado na famosa peça de Goethe, temos Fausto, um velho alquimista que vê sua cidade ser assolada pela peste negra. Vendo tanta morte, começa a pensar sobre sua própria finitude. Ele então evoca Mefistofeles, e lhe pede sua juventude de volta em troca de sua alma. Contudo muitos acontecimentos mudam o destino de Fausto, o principal deles sendo o amor.


Vamos a uma analise de direção. Murnau foi impecável, a movimentação de câmera realizada por ele (Murnau foi o pioneiro no quesito, em "A Ultima Gargalhada")  é tão importante quanto os efeitos especiais bem elaborados para a época, o que deu um tom mágico, aliás eu realmente gostaria de ter vivenciado toda essa evolução, e embasbacar a cada progresso do cinema. Eu diria que Murnau é tão importante para o cinema dos dias de hoje quanto Eiseistein ou Spielberg, ele foi mais um dos revolucionários no quesito técnico, sem contar o continuo trabalho em seus personagens que vagueiam entre a racionalidade e a ambição, a falha para o bem maior, uma espécie de iniciação para a moral burguesa. 


Trilhando ainda para o caminho técnico, podemos observar o cenário utilizado, com todo um toque medieval, a peste muito bem retratada, os lugares claustofóbicos que representavam a angustia dos afetados e todo aquele vestígio de expressionismo na atuação teatral de cada um dos seus atores. A representação de Mefistofeles por exemplo é incrível, um personagem que conduz todos os outros, e ao mesmo tempo não é digno de raiva, se tornando audacioso e engraçado na maior parte do tempo. Murnau ainda falou muito do ego humano, de um modo leve, deixando Fausto se encantar pela juventude e esquecer seus antigos valores. Seria tudo impecável, se não fosse a maldita crítica. Por isso é bom passar sem ela. Sem muito mais o que comentar, espero ter surtido efeito minha resenha, e tudo de negativo que se tenha ouvido falar desse filme seja mera especulação de realistas medíocres. Espero que gostem !!


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