Gênero: Fantasia/ Aventura
Origem: República Checa/ Suiça/ Alemanha/ Reino Unido
Áudio: Tcheco
Legenda: Português
Formato: Rmvb
Salve !! Não faz muito tempo que postei sobre Jan Svankmajer aqui no blog, contudo vale a pena retornar ao diretor, que causou boa impressão em mim. Em uma breve pincelada já comentei sobre a sua grande habilidade com a técnica stop motion, que ele tambem utiliza em Alice, ele utiliza a técnica em todos os personagens surreais, menos na própria Alice enquanto humana. Svankmajer utiliza a técnica desde seu primeiro curta em 1965, mas isso é papo para outra oportunidade. Vamo para uma sinopse mínima e depois comentamos o filme.
Alice está entediada em seu quarto, jogando pedras no chá, quando ouvi um barulho estranho. Quando se da conta, seu coelho de pelúcia saiu da caixa de vidro, e parece atrasado para chegar a algum lugar. Ele entra em uma gaveta no meio do nada, e Alice parece capaz de poder segui-lo. Depois de seguir o coelho por lugares impressionantes ela para diante de uma porta pela qual não consegue passar, até que mais uma gaveta parece querer ajudar. Para onde será que essa porta vai dar ?
Essa versão para o conto de Lewis Carroll, não se assemelha em nada com a mais recente dirigida por Tim Burton por exemplo, aqui toda a beleza cenográfica de florestas, efeitos especiais do diretor norte americano, dão espaço para uma obra bem mais sombria, não seguindo nenhum padrão infantil, se você espera por um filme com cenários espetaculares vai se decepcionar, o filme todo se passa em uma espécie de casa abandonada, desgastada, que consegue ser ainda mais depreciada pela investida de uma fotografia escurecida. O país das maravilhas de Alice é perturbador, e a reprodução dos seres animados são completamente deturpadas. A cigarra é uma meia que costura olhos e boca, o coelho é um bicho de pelúcia que está descosturando, o chapeleiro maluco é um marionete nada simpático e por ai vai. Minha resenha está soando negativa ? Veja é apenas um modo de visão diferenciado, Svankmajer aplicou sua própria imaginação um tanto pitoresca, e assim realizou um trabalho original, que talvez se aproxime muito mais do tom melancólico de Carroll tentou expor para o mundo. Um filme de sensações apuradas, eu venho repetindo esse termo algumas vezes, mas é verdade, e não só pelo fato de impressionar o contraste das obras que carregam o mesmo conto, mas por toda a técnica singular, stop motion deixa tudo ainda mais surreal, aéreo, remoto, gerando um aspecto de duvida, de incredulidade com o decorrer das cenas. E como se não bastasse, o roteiro, excluindo todas as epifanias não passa de um fiel contador da história de Carroll, deixando um ponto de exclamação no final, Alice estava sonhando ou não ? Só posso dizer que reparem no cenário a sua volta, o que pode confundir ainda mais as coisas. Uma boa viagem, sonho, de preferência cru como o que lhes apresento. Bom filme !!
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