quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Biutiful - 2010

Cineasta: Alejandro González Iñárritu
Origem: Espanha
Gênero: Drama
Áudio: Espanhol
Legenda: PT-BR
Formato: Rmvb




Salve! É possível que não tenhamos nada ainda do Iñárritu aqui no blog? Pois é, Biutifiul não é a estréia mais indicada pra esse cineasta surpreendente, contudo é o que me deu mais vontade de retratar no momento (mesmo que 21 Gramas seja insuperável ao meu ver). 

Uxbal, um médium que não conheceu o pai, tem uma ex-esposa bipolar e cuida sozinho dos filhos. Para se sustentar, ele explora imigrantes africanos ilegais como camelôs e agencia chineses na construção civil. Quando descobre que sofre de um câncer terminal e é confrontado por um amigo de infância, hoje policial, Uxbal decide mudar de vida. Contudo o tempo é curto e ele parece não ter mais tanto controle da situação e o pior de tudo, de si mesmo.

Ao meu ver o filme compreende em toda a sua proposta a miséria em si, dos recursos em que muitos vivem, da condição humana de não poder mudar as coisas a sua volta e acima de tudo nossa pequena condição de frente a morte. Para aprofundar nessa analise, basta ver que a fotografia explora uma Cataluña feia, suja, em condições sub humanas, com um certo progresso forçado pela globalização (um tema que o diretor adora abordar). Uxbal é um personagem que vive em meio a tudo isso, pressionado por ter seus filhos ainda pequenos, ele tem que optar por diversas escolhas, priorizando sempre os mesmos, até porque sua ex esposa Maramba tem sérios problemas de bipolaridade e uso de drogas. A doença dificulta tudo, afinal, quem vai cuidar de seus filhos após sua morte? Uma característica que soma um pouco ao drama, é a mediunidade de Uxbal, que vê os mortos e transmite suas mensagens, isso por sinal será determinante para que ele abra seus olhos para alguns de seus erros, isso transmite parte da mensagem do filme, a sensibilidade humana diante do caos pessoal, por isso aos ateus de plantão, analisem isso como uma espécie de poesia.

Como se não bastasse a vida de Uxbal, Iñárritu ainda usou seu filme para falar da forma como muitos imigrantes são tratados na Espanha ou em outros pontos da Europa, o descaso a exploração, uma forma de escravidão ainda vigente pelo mundo. Essa denuncia soma a todo o cenário já introspectivo e frio explorado pelo diretor, voltando a primeira análise, trata-se de um filme sobre a miséria, a agunia, uma denúncia contra velhas tradições (surpreendendo até mesmo em mostrar um chinês homossexual) e ainda sim da sensibilidade humana diante do medo, diante do amor. Bom filme!!

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