domingo, 30 de outubro de 2011

O Batedor de Carteiras - 1959

Cineasta: Robert Bresson
Origem: França
Gênero: Drama
Áudio: Francês
Legenda: Pt-Br
Formato: Avi

 "Bresson é o cinema francês, assim como Dostoiévsky é a literatura russa e Mozart é a música alemã". 
                               Jean Luc Godard

Salve, salve!! Vamos a mais uma atualização. Segundi a linha de filmes europeus da folha, "O Batedor de Carteiras" do consagrado diretor Robert Bresson, é o primeiro que constrói uma linha que ele passaria a seguir ao longo da sua filmografia, filmes voltados para a beleza técnica e de alguns atos, em cotraponto de atuações amadoras, dando enfase ao sentido do que é passado, ou mesmo aos fragmentos de situações, sem a necessidade de um ator talentoso para carregar em si o filme. O próprio diretor define o filme como "o balé das mãos", aonde a conclusão de suas envestidas é curta, mal acabada, contudo de grande relevância, sob todo o aspecto moral engajado. Para maior entendimento, vamos a sinopse e um comentário posterior.

Michel é um jovem que começa a bater carteiras por prazer e pela emoção do roubo, e isso vira uma compulsão. Ele é preso, percebe o choque que isso causa em sua mãe e em seus amigos e reflete sobre seus atos. Porém, depois de solto, ele se junta a um ladrão veterano e volta ao crime. Sua consciência pesa, bem como a memória de sua mãe. Também a presença de Jeanne, uma jovem por quem se apaixona, lhe faz pensar em deixar o crime, o que acontece de forma irônica. 

Tudo na vida de Michel vai acontecendo por meio do impulso, é como se o destino carregasse ele, controlando suas ações. Ele é sem dúvidas inteligente, contudo tem um idealismo voltado para fugir das regras, escapar de um sistema, independente de uma analise de carater moral, ele não compreende que não pode escapar de algo pré estabelecido, já que vive em sociedade, um anseio não só do personagem, mas muitos que aguardam por esse escapatória, contudo a vida em si é uma prisão, por analise de alguns estudiosos e conclusão daquele que vos escreve. Penso que Bresson através de sua sinfonina filmica demonstrou exatamente isso, a lógica de agir e não ter o controle, embora a auto segurança nos faça cair em um ciclo vicioso que sempre tem um resultado.

 Minimalista, ao extremo, Bresson que é muito admirado por outros grandes cineastas francêses como Godard e Truffault, da verdadeiro sentido ao trabalho de direção, seus filmes tem por caracteristica ótimos planos de filmagem, troca de movimentos rápidos e contraponto a cenas mais estáticas, um verdadeiro jogo habilidoso que capta qualquer componente do cenário, já que tudo faz parte de suas pretenções, da sentido a sua narração, sendo assim, embora em O Batedor de Carteiras a história seja simples, se torna grandiosa por tanta habillidade poética através de suas cameras, que captam tudo aquilo que Bresson gostaria de mostrar e omitindo alguns pontos que se desenrolam por trás das cameras, oculto na história, como por exemplo o amor de Michel por Jeanne, que só é revelado nos momentos finais, Por sinal Michel é um personagem tão egocêntrico, que vive afastado de seu melhor amigo, sua mãe e consegue habilmente esconder seu amor, através do relato de sua vida, que faz na cadeia, é isso, é essa condução forte que nos faz acompanhar a mente do protagonista que da um charme unico a esse filme simples, contudo sem pureza ou sentido unico.  Bom filme!!

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