quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Meia Noite Levarei sua Alma - 1964

Cineasta: José Mojica Marins
Gênero: Terror/ Trash
Origem: Brasil
Áudio: PT-BR
Formato: Rmvb


Vamos falar um pouco de cinema nacional ? Nada melhor do que ir a fundo e buscar as grandes referências do nosso cinema, e dar-lhes o devido respeito. José Mojica Marins criou o grande personagem Zé do Caixão, que tem estréia no filme que falaremos agora. De fato para a época, Zé do Caixão era um personagem mítico, sombrio, que zombava da crença religiosa das pessoas, em uma época de fervor por parte de boa parte dos brasileiros. Afinal era um personagem ateu, convicto na sua força e que causava medo em todos que o rodeavam. Zé ao mesmo tempo que ateu parecia ter pacto com forças do mau, por suas atitudes, e sua impiedade sádica. 

Nesse primeiro longa, o protagonista procura procriar, em busca da continuidade do seu sangue, contudo sua esposa não consegue lhe dar o tão sonhado filho. Para isso ele tem o plano de acabar com ela e conquistar a noiva de seu único amigo, Antonio. Sem medir esforços ou consequencias, ele elimina um por um, mas seu plano não da certo, e ele passa a ser amaldiçoado por seus atos, através de uma bruxa local. O resultado de todo o seu mal, é uma promessa dita por uma de suas vítimas: " A Meia Noite vou Buscar sua Alma".

Não da para considerar um filme crítico as crenças de modo algum, talvez apenas por breves momentos, no entanto tudo aquilo que Zé considerava impossível acontece, sai como uma espécie de aviso as zombarias dos ateus (tal como eu) que eu desconsidero em virtude da qualidade do longa, e até mesmo por se tratar de um filme de terror, ou seja o fantasioso tem que existir dentro daquele universo. Em termos técnicos, eu infelizmente não posso elogiar tanto, é ai que o longa ganha atributos de trash (é claro que somado a história), pois mesmo com boas intenções, alguns defeitos são notáveis e  até mesmo engraçados, o que não deprecia muito o conjunto, tendo em vista que o Brasil demorou muito para evoluir em termos técnicos no cinema (um viva irônico a Glauber Rocha e seus pupilos). Mesmo assim dentro do proposto, a fotografia é bem escura, sombria, com todo um aspecto de horror bem montando (mesmo com alguns momentos divertidos como o fantasma oferecendo fogo), embora sem muito investimento, então na medida do possível uma grande exibição para a época. Em destaque a grande atuação do diretor e ator José Mojica Marins, um personagem que carrega toda a áurea necessária do filme. Trash sim, ruim jamais, bom filme !!

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