quinta-feira, 19 de maio de 2011

Gritos e Sussurros - 1972

Cineasta: Ingmar Bergman
Gênero: Drama
Origem: Suécia
Legenda: Pt-Br
Formato: Rmvb
Tempo: 90min



Sem conter a empolgação, cá estou em mais uma vez. Ingmar Bergman tem sido bem presente em nossos posts ultimamente, assim como Fellini e outros grandes cineastas de peso no mundo europeu. Eu prometi uma boa excursão pelo velho continente, e estamos em sucesso até então. Ficou bem claro até aqui que o cinema desse sueco e existencialista ao extremo, mas contado e mostrado em forma de poesia, em diversas situações, remexendo profundamente em cada sentimento que um ser humano possui, flagrando sempre as incertezas, anseios, e um grande vazio criado pelo rancor de não conseguir se comunicar, mostrar totalmente o seu eu para as pessoas que julgamos amar. Gritos e Sussuros carrega essa mesma linha, de um modo sútil, despercebida em boa parte do longa, e afunilando nos momentos finais, com toda a degradação de seu personagem principal. Bem vamos a sinopse.

Agnes uma mulher extremamente enferma recebe a visita das duas irmãs Karin e Maria, que chegam para ajudar a criada Ana (que cuida da patroa com todo o carinho) a cuidar dela. Durante essa convivência, algumas verdades e raivas passadas irão vir a tona.

Tomando nota e refletindo: O amor de Ana por Agnes é reflexo da perda precoce de sua filha, sendo o unico personagem de sentimentos puros e verdadeiros pela enferma. Karin vive fechada em seus anseios, e não consegue expor seus sentimentos, que passam desde o ódio pelo comportamento de suas irmãs, até o amor que nunca soube expressar a elas. Maria é um personagem mais fútil, sorrateiro, que tenta se aproximar de suas irmãs apenas por curiosidade. Nesse ponto Ingmar Bergman mostra uma inversão de valores, revelando que nem sempre os verdadeiros sentimentos ficam a vista.  Mas tudo é um pouco mais complexo do que eu digeri até agora nessa resenha. Veja para arrancar os sentimentos de seus personagens, o cineasta cria uma atmosfera caustrófobica, com paredes vermelhas por toda parte, somados aos gritos de dor de Agnes, e como se isso não fosse suficiente a flashbacks que mostram parte da vida sem felicidade dos personagens envolvidos. Maria e Karin por exemplo, vivem em relacionamentos falidos, e tem maneiras diferentes de encarar a dor. Agnes sempre esteve próxima de dificuldades, quando nova, foi a unica a compreender o vazio que sua mãe sentia com relação a vida, fato que ela transformou e compreendeu cada momento singelo como o supra sumo da felicidade. Apesar de enferma, Agnes é o personagem mais forte, convicta em sua fé em Deus e nas pessoas em primeiro lugar. Isso fica bem evidente na oração do padre para ela, quando ele mesmo demonstra toda a insatisfação que muitas pessoas tem com relação as propósitos da vida, a oração foi inclusive uma grande crítica sem solução para o existencialismo.  Enquanto isso seus outros personagens estão perdidos, sem compreender a simplicidade daquilo que pode ser sentido, tal como Agnes fez. Usando as mulheres como foco da trama, Bergman mostrou o quão seus anseios podem interferir em suas posturas e até mesmo expressões físicas, como em uma cena entre maria e seu amante, o doutor da familia  A busca pelo simples, parece ser o grande desafio desse filme.

Como ultima observação, apenas pergunto se é necessário elogiar tecnicamente um filme que ganhou o Oscar de melhor fotografia ? Penso que não, como conjunto, belas imagens e um roteiro perfeito e filosófico finalizam qualquer análise posterior. Bom filme !!

2 comentários:

  1. Valeu pela visita e comentário. Estou com outros defuntos pra desenterrar por aqui.....

    Vou tentar assistir esse do Bergman. Gosto muito dele. Abç.

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  2. opa recomendo bastante. o meu preferido dele é morangos silvestres. Abraço

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