Gênero: Drama
Origem: França/ Polônia
Áudio: Francês
Legenda: Português
Formato: Rmvb
Duração: 99 mins
Eu receio ter pulado um dos filmes da trilogia das cores, então não sei se a minha resenha chegará ao ápice do que é possível, contudo tentarei focar na qualidade desse longa em si, com alguns toques que observei no primeiro deles "A Liberdade é Azul". Aliás já que o foco partirá para o filme em especifico, vou fazer antes as ressalvas com respeito ao que pude analisar conforme o conjunto.
As sensações transmitidas nesse longa são completamente opostas ao que vimos em "A Liberdade é Azul". Um ponto pequeno que me chama atenção e explica as diferenças, é uma velinha tentando colocar uma garrafa em um recipiente, no filme da vez, a protagonista ajuda a idosa, enquanto no primeiro filme da trilogia, a protagonista simplesmente a ignora. Entenda que são duas propostas opostas, no filme em que vamos acompanhar agora, nossa protagonista está em busca de afirmação na vida, sendo bem sucedida em alguns aspectos, no entanto necessita de mais contanto humano, portanto nutre por um velho juiz bisbilhoteiro uma amizade singular. Já no primeiro da série, nossa protagonista vive o luto, a sensação de liberdade para ela é um terrível amargor, e a distancia das pessoas lhe alivia por um tempo, até o momento de sua redenção. Uma simples cena consegue mostrar todo esse contraste de sentimentos e sensações que Kieslowski nos propõem, brincando com o cotidiano das pessoas, com algum tom trágico similar, como mais um acidente. Mesmo buscando as diferenças, o cineasta aproxima os seus filmes, para deixar algo de familiar, como alguns personagens fazendo pequenas pontas, isso passa a sustentar um mundo já criado, o que me agradou bastante, ainda somado ao fato que em qualquer um dos longas, somos marcados pela dificuldade de relação entre os seres humanos, um assunto crítico interessante. Julgo necessário uma sinopse.
A Fraternidade É Vermelha” narra encontro de duas pessoas completamente diferentes. Uma delas é Valentine( a já citada protagonista); a outra é um juiz aposentado (Jean-Louis Trintignant) que não tem o nome mencionado, alguns críticos até chegaram a pensar na possibilidade do magistrado ser uma referência clara a Deus. A modelo o encontra depois de atropelar, por acidente, uma cadela com o endereço do juiz escrito na coleira. Valentine a socorre e a leva em casa. O magistrado, porém, não parece nem um pouco interessado no animal, ou na mulher. Ela descobre que ele, um homem solitário, passa os dias monitorando os telefonemas dos vizinhos através de escutas telefônicas clandestinas. Fica enojada. Mesmo assim, uma ligação de amizade tão forte quanto inusitada nasce, inesperadamente, desse encontro fortuito de duas figuras completamente distintas.
Kieslowski consegue extrair poesia do cotidiano com sensibilidade e delicadeza, um ponto de partida como o atropelamento de uma cadela gera laços de amizade, curiosidade com um toque refinado. Há também mistério no filme. Uma trama paralela apresenta Auguste, um estudante de Direito que se preparar para fazer um concurso de juiz. Ele está sempre no caminho de Valentine, embora os dois não se conheçam. Mais curioso ainda é que a vida de Auguste parece reviver, ponto a ponto, a história pessoal do juiz. E aparentemente não a ligação entre eles, passa a ser apenas um esboço, que facilita a compreensão até mesmo das dores do juiz, ou mesmo a história que o velho homem utiliza para convencer sua amiga
Bom, posso resumir que todos os atributos de um bom drama estão aqui, melancólico, com bela fotografia e um uso formidável da imagem, as vezes mortificando a necessidade do dialogo, com um significado filosófico bastante presente. Bem agora deixo vocês com a sensação de vermelho nos olhos, até assistirem o filme !!
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