quinta-feira, 24 de março de 2011

Cinema Western

Vamos começar a falar dos gêneros do cinema, começando pelo mais antigo de todos, Western, filmes de faroeste aqui pra nós.

 Além de ser o gênero mais antigo, o faroeste é também a única arte totalmente americana. Dos anos 20 ao início dos 60, sua popularidade consolidou o domínio de Hollywood sobre o mercado global de filmes.

     A tradição do faroeste ambienta-o historicamente em 1850-90, época da corrida do ouro na Califórnia e em Dakota, da Guerra Civil americana, da construção da ferrovia transcontinental, das lutas contra os índios, da expansão das fazendas de gado e da viagem dos colonos, fazendeiros e imigrantes rumo ao Oeste. Época também do quase-extermínio dos búfalos e das tribos indígenas. Alguns filmes remontam ao período colonial, outros chegaram a meados do século XX, e as locações costumam ser a oeste do rio Mississipi, ao norte do Rio Grande e ao sul até a fronteira com o México. É engraçado analisarmos toda a impressão patriota colocada nos filmes, algo normal até, já que foi um modo de experimentar filmes, portanto as sensações foram todas conforme história recente do país.

Apesar de outros países terem produzido faroestes, como o western spaghetti italiano, os filmes desse gênero foram definidos pelo crítico francês André Bazin como o "cinema americano por excelência", no seu livro O que é o cinema? Clint Eastwood por sua vez afirmou que à exceção do Jazz, os westerns são a única forma de arte originalmente norte-americana.


Western significa 'ocidental. O termo faz referência a fronteira do Oeste norte-americano durante a colonização. A região também era conhecida como 'far west' (oeste distante), é daí que vem o nosso abrasileirado 'faroeste'. Já o termo bang-bang era usado na promoção de antigas matinês e de quadrinhos. Sim, quadrinhos! Os westerns são qualquer forma de arte que represente, de forma romanceada os acontecimentos daquela região, no período histórico em questão, isso inclui escultura, literatura e até programas de tv.

" O tema central é a civilização do agreste, domando-se a natureza, os marginais e os “selvagens” (em geral “peles-vermelhas”). São elementos icônicos os fortes e as grandes fazendas isoladas, cidades pequenas com um saloon, uma cadeia e uma rua – cenário do inevitável duelo entre herói e vilão. Os melhores exemplos, porém, são psicologicamente complexos, superando a luta de bem e mal e se aproximando da tragédia grega."
                                                                                                                                             Ronald Bergan em "Cinema"

Fórmula básica do filme

Todos os grandes momentos, isto é, o ponto culminante de um filmeWestern é constituído por um homicídio – um duelo, normalmente mortal para um ou ambos os adversários.  

O personagem típico deste gênero é o cowboy solitário que vagueia de cidade para cidade, possuindo apenas a roupa que traz no corpo, um revólver e um cavalo. A importância do cavalo e demasiado óbvia, já que era o único meio de transporte eficaz na época retratada. Há sempre seus adversários, bandidos, e o respeitoso xerife pra fechar o coro principal.

As cidades são composta geralmente apenas por uma avenida principal onde se destacam o “saloon”, local de jogo, álcool e eventual prostituição, e a cadeia onde reside o xerife. Os confrontos físicos em duelos são frequentes, assim como as lutas com índios.

O gênero marca tambem pela pouca valorização da mulher, retratada como prostituta, dona de casa, vítima, já que os pioneiros olhavam as mulheres como objeto de fecundação.


A evolução do gênero
Broncho Billy Anderson, o primeiro cowboy das telonas!
No cinema, o western mais antigo seria The Great Train Robbery, um filme mudo de 1903 dirigido por Edwin S. Porter e protagonizado por Broncho Billy Anderson. Anderson foi primeiro cowboy estrela de cinema, o que ficou comprovado nas centenas de curta-metragens em que ele depois participou.


Uma curiosidade, o primeiro filme rodado em Hollywood, em 1910, In Old California, de D.W. Griffith, foi um western.Outro filme, The Squaw Man, de 1914, em que estreava Cecil B. DeMille, seria o primeiro longa-metragem realizado na "meca do cinema". DeMille transpôs para o cinema, no mesmo ano, a obra pioneira, nos Estados Unidos, do western literário, The Virginian, e teve, mesmo, a colaboração do autor Owen Wister na elaboração do argumento.
A popularidade do gênero propiciou seu crescimento. Em 1923, James Cruze realizou o primeiro western épico, The Covered Wagon, sobre uma longa viagem pelos territórios selvagens até à Califórnia. Seria no ano seguinte que John Ford faria sucesso com The Iron Horse, sobre a construção do caminho de ferro de costa a costa.


Os estúdios passaram a produzir mais de uma centena de westerns por ano. A maior parte, formada por filmes B, sem grande peso para o gênero.. Raoul Walsh, com o seu The Big Trail (A grande jornada), de 1930, usou a película de setenta milímetros, que permitia englobar a paisagem fascinante da fronteira ocidental - além de outra aquisição importante: a revelação de John Wayne. No ano seguinte, Cimarron, de Wesley Ruggles, tornou-se o único dos clássicos do género a receber um Óscar para o melhor filme, proeza que só seria mais tarde repetida por Kevin Costner e Clint Eastwood.



A idade dourada do western norte-americano tem como expoente máximo, e de forma quase unânime, o trabalho de dois realizadores incontornáveis: John Ford, que foi o grande impulsionador da carreira de John Wayne, e Howard Hawks.

Em 1942, William Wellmann realizaria um filme que introduziria, de forma angustiante e com uma profundidade psicológica muitas vezes referida, novos temas e novas perspectivas para o género. The Ox-Bow Incident (Consciências mortas, em Portugal), ao lidar com uma das mais frequentes receitas do western: o linchamento ou a vingança feita na hora, pelas próprias mãos, e a irresponsabilidade de tais actos. É um dos filmes mais tocantes da história do cinema, aproveitando as lições de Ford e antecipando o cinema mais crítico após os anos 60. William Wyler e Fritz Lang, conhecidos noutros géneros cinematográficos, também realizaram algumas obras de referência.

Em 1954 foi lançado Johnny Guitar, que trazia mulheres em papel de destaque, disputando as atenções de um forasteiro. O filme não fez sucesso à época, mas depois entraria para a história do cinema como precursor do destaque feminino nesse gênero.


O revisionismo iniciado na década de 1960 questionou muitos dos temas e características próprias dos westerns; o que inclui maior importância ao papel das mulheres e a mudança de perspectiva em relação aos povos indígenas, que deixam de ser "selvagens" apenas para serem redimidos na imagem do "bom selvagem". As audiências começaram também a exigir argumentos mais complexos, que não se limitassem ao dualismo simples do herói contra o vilão, além de se começar a criticar o uso indiscriminado da violência como forma de imposição das personagens (porque é que o "bom" tinha de ser melhor que o "mau" no uso do revóver?). 

Contada um pouco da história, espero o post não ter ficado demasiadamente longo, agradeço a colaboração dos blogs aonde cacei informação (e copiei partes), desta forma pude aprender, algo necessário para um bom cinéfilo. Boa leitura !!

Um comentário:

  1. iae :),muito boa a materia,longa mais muito interessante,quando vi a foto de velho oeste,vi que me interessava pela materia,curto muito os Filmes do Clint Eastwood,e ele como Ator é Excelente,tbm adoro o Morgan Freeman,os filmes de velho oeste não vi muitos,só os mais novos,do Clint,entre outros,e a anos minha avó,fala do John Wayne,que gostava dos filmes dele e tal,e ela ve muito o Telecine Cult,que passa esses filmes,ai me interessei pelo tema da materia,bom é isso,Gostei muito da materia,abração...
    Luiz(Chat De Rock)

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