segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Anticristo - 2009

CINEASTA: LARS VON TRIER
GÊNERO: DRAMA/TERROR
LEGENDA: PT/BR
DURAÇÃO: 100MIN


Um filme que pode ser definido no mínimo como polêmico. Alguns dizem que o diretor estava em momentos sombrios, e extravasou isso no desenrolar do roteiro criado por ele mesmo, outros procuram uma analise mais técnica e definem o filme como um exemplo do comportamento humano diante da culpa em casos extremistas.



O Anticristo é um filme em que o misticismo é jogado a prova e de certa forma rebaixado a condição de debilitação humana, ou não sendo tão radical, a um mero conceito de fé, que em certos momentos pode ser arrasador. Sendo assim essa fé é representada no cotidiano dos seres, como no inicio, antes da queda do filho do casal. Aquilo simbolizava o mundo ideal, perfeito por assim dizer, até que a o sexo mostrado simbolizando o pecado termina em queda (o filho do casal morre acidentado, caindo da janela). Logo após tudo é motivado pelo sentimento de culpa de uma mãe que não consegue se livrar de pensamentos que a levam a querer explorar o mau, levando assim a condição de loucura, aonde varias referencias parecem prever coisas ruins, ou ligadas a elas. É complicado de explicar, se Lars Von Trier perdeu a mão nesse filme, eu não posso afirmar com certeza, contudo eu realmente curti todo o jogo injetado por ele, a forma como conduziu e radicalizou determinadas coisas, é um filme realmente chocante e difícil de engolir. A falando dessa forma parece um filme filosófico chato, não, não meus caros, o filme é repleto de cenas torturantes e se desenrola muito bem, nem um pouco cansativo, por isso confiram. É isso espero que gostem !!



3 comentários:

  1. Não sei. Acho um filme irregular demais. Trier se vale às vezes de estratégias magníficas (p.ex., a filmagem em riqueza de detalhes da relação do casal antes de irem à floresta, sem usar muito o plano/contra-plano, o que dá a entender com isso a distância que os separa); mas outras vezes derrapa como um principiante, afobado pra convencer a qualquer custo (como nessa aproximação metanarrativa ao gênero de terror, ou no uso excessivo das alegorias).

    Aliás, quanto às alegorias, minha preocupação é ainda maior: penso que as alegorias (ao contrário dos símbolos) têm a natureza de serem abertas a múltiplos sentidos, a leituras indeterminadas (e daí que vem a sua potência estética e relevância pra qualquer discussão). Mas em 'Anticristo', parece que tudo é muito fechadinho, o discurso está eloquente demais, há tanta certeza de si mesmo. Isso é aprisionador, porque é entreguista a uma 'verdade'. (O que é paradoxal, já que aparentemente Trier fez um filme - como adianta o título - pra ser 'liberador' de determinadas ideias da cultura judaico-cristã, como a culpa, tema recorrente nos seus filmes).

    Mas de uma coisa eu gosto: dá-lhe porrada na psicoterapia!!!

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  2. Eu concordo com vc, milagre né ? HAHAHA Fiquei incomodado com certas limitações impostas, mas por outro lado "dá-lhe porrada na psicoterapia!" foi o ponto que eu procurei observar mais, por assim dizer HAHAHA

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  3. Pois é. O terapeuta é o padre pós-moderno, o expert da alma (do "eu") no séculos XX e XXI. Por isso que eu digo que o filme não é de todo ruim: esse exercício de desconstrução das bases da compreensão mental contemporânea é muito útil.

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