domingo, 5 de abril de 2015

Videodrome - 1983


Nome original: Videodrome
Origem: EUA / Canadá
Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Cronenberg
Gênero: Suspense / Ficção Científica

Fortmato: Avi




Sinopse: Max Renn (James Woods), dono de uma pequena emissora de televisão a cabo, capta imagens de pessoas torturadas e mortas. Logo ele descobre que a transmissão se chama Videodrome, é gerada em Pittsburgh e é muito mais que um mórbido show. Trata-se de um experimento que usa a televisão para alterar permanentemente as percepções das pessoas, causando sérios danos no cérebro.



Citação do filmeA batalha pela mente da América do Norte será travada na arena dos vídeos, o Videodrome. A tela da televisão é a retina da mente. Portanto, a tela da televisão é parte da estrutura física do cérebro. Portanto, o que aparece na tela da televisão surge como pura experiência para aqueles que assistem. Portanto, a televisão é a realidade e a realidade é menos do que a televisão.
Acho que este desenvolvimento na minha cabeça, esta cabeça, esta aqui, não acredito que seja realmente um tumor, uma forma borbulhante descontrolada de carne, mas que seja, na verdade, um novo órgão, uma nova parte do cérebro. Acho que doses maciças do sinal do Videodrome criarão um novo desenvolvimento do cérebro humano, que produzirá e controlará a alucinação a ponto de mudar a realidade humana. Afinal, não há nada real, além de nossa percepção da realidade.
David Cronenberg bem reconhecido pelo filme  A Mosca, possui algum tipo de obsessão pela carne, no decorrer de sua filmografia o tema torna-se recorrente, principalmente em suas cenas mais bizarras. Essa exposição pode causar estranhamento de inicio, mas a cada um de seus longas, essa referência as fraquezas humanas e ao poder orgânico dão o tom que o artista tanto procura a vida toda, sua marca. O diretor parece advindo da escola de David Lynch, quanto ao padrões de seus roteiros, embora Cronbenberg seja mais palpável e Lynch um tanto mais surreal. Em Videodrome, sua parte focada na realidade crítica evidentemente a comunicação televisiva e a absorvição do público, daquilo que é passado, sim somos marionetes controlados por meios de comunicação, mas longe de parecer obvio em seus cunhos sociais, ele apresenta Videodrome, um canal macabro de tortura, mais do que isso, um experimento que manipula as mentes de seus espectadores, que alucina  alterando as percepções. Videodrome é um câncer, videodrome é a manipulação em mentes passionais, é a nossa televisão, as nossas mentes pré-condicionadas. 

Outro fator que Cronbenberg poderia assinar fácil, tamanha sua capacidade de execução, é no tema: perda de racionalidade. Veja, seus personagens sofrem no decorrer de seus filmes, enorme depreciação psicológica, que fica custoso decidir entre aquilo que ele vê e o que pode ser, ou seja, acompanhamos a visão dos mesmos e passamos a duvidar da realidade dos fatos, até onde podemos acreditar, até onde podemos ir? Não sei, depende do quanto se está são, o personagem ou você, o capturado, a carne fraca, a presa de Cronemberg, ou do Videodrome, das alucinações convenietenstes quem sabe? A complexidade da mente e a fraqueza da carne. Eis o mundo de um diretor grotesco e é ai que Lynch o compreende bem.


O filme tem uma fotografia muito parecida com a de filmes b, diferente do gênero no entanto, essa linha meio suja, aqui, torna o cenário mais obscuro, carregado de terror. Para colaborar com a construção,e as características de ficção, possíveis, o responsável pelos excelentes efeitos de maquiagem em Videodrome foi o especialista Rick Baker, um dos melhores profissionais dessa área no mundo cinematográfico. O americano Baker nasceu em 1950 em New York e é o responsável por trabalhos premiados com o cobiçado Oscar em Um Lobisomem Americano em Londres (1981) e com Homens de Preto (1997) e O Grinch(2000). Ele especializou-se em filmes fantásticos contribuindo significativamente para a realidade dos diversos monstros do cinema como os apes de O Planeta dos Macacos (2001), e o lobisomem do remake homônimo.  No elenco destaca-se o experiente ator James Woods, cuja carreira já passa dos 130 filmes. Americano nascido em Utah em 1947, Woods participou de outros filmes de horror como Olhos de Gato (1984), com um conto inspirado em Stephen King e Vampiros (1998), de John Carpenter. Videodrome,também possui elementos de ficção ciêntica, sexo, ação, ou seja é um longa ágil que não perde o charme dos anos oitenta, alias parece justamente um representante a altura de uma época que o lado sombrio era interessante e cultuado tanto nos filmes quanto na música.


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