domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sindicato dos Ladrões - 1954

Cineasta: Elia Kazan
Gênero: Drama/ Policial
Origem: EUA
Formato: Rmvb
Áudio: Inglês
Legenda: Pt-Br




Salve! Primeiramente eu gostaria de aqui no blog, agradecer a colaboração do Fael e do Thiago que entraram para o nosso time, com ótimas resenhas de estréia, parabéns! Logo após, quero reclamar que mais um vez é domingo, e o Faustão logo logo pinta na telinha, é mole?  Minha programação para essa tarde sera, claro, filmes, Detona Ralph é o escolhido da tarde, mas eu venho aqui indicar outro filme completamente diferente, de outra época, outro padrão, outra analogia. Trata-se de um clássico, vencedor do oscar de melhor filme e também de melhor ator, o até então, novo e "galã" Marlon Brando, incluindo ainda outras 6 premiações da academia.

Sindicato dos Ladrões pode ser considerado um dos primeiros filmes de máfia das telonas. O filme fala sobre gangues que exploram trabalhadores, e a todo custo protegem esse poder. Terry Malloy, outrora um boxeador de sucesso que se vendeu a mafia, trabalha nas docas, trabalho braçal para portuários, com um serviço figurativo, já que tem a estima do chefe. Contudo Terry passa a ficar incomodado, com o assassinato do irmão de Edie Doyle, por quem ele se apaixona, sem revelar a principio, que participou indiretamente do crime. Vai chegar uma hora, em que ele vai ter que decidir entre sua consciencia e amor de Edie, ou a fidelidade a seu irmão, braço direito do chefe.

A principal caracteristica que envaidece Sindicato dos Ladrões, é a grande influência do Neo-Realismo italiano, que prezava por abordar a realidade, as dificuldades dos pobres a busca por trabalho e sobrevivência, principalmente focando os devastados pela segunda guerra. Esses elementos, deram um toque diferencial que até então não se via em Hollywood. Com tal formato, o filme tem um forte argumento trabalhado em Terry, que o faz escolher entre as facilidades de estar do lado do poder, ou por valores éticos e morais, decidir sobre entre o certo e o comodo. Terry está longe daquele ideal de mocinho dos filmes americanos, não é um heroí típico, talvez um anti heroí, cheio de sentimentos ruins e mágoas, que o afastam de ser sensível com o mundo, até que o amor o toca, pelas mãos da bela Edie. Isso nos faz entrar na psicologia da trama, por mais que tivesse seus pontos de vista já firmados, Terry se entrega ao amor e se torna a contragosto não só da gangue mas de toda um grupo de trabalhadores que sentia orgulho de serem "surdos e mudos" (aqueles que não delatam) um delator. Isso exerce sobre a trama, não só valores morais, mas convencionais ao seu proprio eu, ao que mais o convém. A prova viva dessa analise se da pelo diretor Elia Kazan, que anos antes havia "delatado" seus amigos comunistas (ele fazia parte do partido) para Comitê de Atividades Anti Amercicanas, que não o fez escolher pelo certo, mas pelo conveniente. Talvez esse envolvimento com o personagem, lhe dê tanta emoção, é sem dúvidas trabalhado com toda a dedicação, contando com o indescritvel Marlon Brando, que encarna aqui o seu papel de mais destaque até então, detendo para sua carreira seu primeiro Oscar.

Ainda sobre aspectos tecnicos, as atuações seguem a linha do Neo Realismo, presando em alguns momentos pela vivacidade teatral dos atos, acolhidos por cameras mais fechadas. Todos os personagens dão aquela agoniante sensação de estarmos presenciando a vida real, fato que eu só presenciei até então em Ladrões de Bicicleta, com os mesmos dilemas entre o certo e o conveniente. Contudo aqui em Sindicato dos Ladrões, Terry é um anti heroí que pode inflamar o povo a se revoltar contra os desmandos da gangue, um personagem forte, que enfrenta aqueles que arruinaram sua vida e seu carater durante muito tempo. O filme não pulsa como um relato natural, é evidentemente uma mensagem simbólica, que no entanto expressa uma imitação bem modelada da vida.

Regado de realismo, com uma levada bem ágil, Sindicato dos Ladrões é aquele tipo de filme no qual você não encontra erros, não se incomoda com imperfeições, é um passeio por uma trama muito bem desenvolvida por hollywood, em um tempo mais franco e criativo, mesmo em roteiros gastos, no cinema. A cena final, é ao meu ver uma das mais marcantes do cinema americano e mundial, que por vezes foi repetida, como momento de apice em filmes posteriores, sem o mesmo sucesso. Enfim, mesmo pouco inspirado, entrego uma bela obra que precisa ser conferida. Então eu peço, baixem, baixem! Bom filme!!


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