sábado, 26 de janeiro de 2013

Tokyo - 2008

Cineastas: Michel Gondry/
Leos Carax
Joon-Ho Bong
Origem: França/
Japão/ Alemanha
Coréia do Sul
Gênero: Drama
Áudio: Português



Salve! Planos para sábado anoite? Se você está lendo esse blog, provavelmente não. Pois é, eu como vocês estou aqui, no conforto do lar, rs, e acabo de assistir um filme chamado Sangue Ruim do Leos Carax, que está em cartaz com Holy Motors nos cinemas. Juntando uma coisa com a outra, decidi fazer melhor e postar um trabalho que também tem participação dele. Tokyo é dividido em trés histórias, que acontecem curiosamente e de forma inusitada na cidade de Tokio no Japão. Além de Leos Carax que já citei, o filme conta com direção de Michel Gondry (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças) e Joon-Ho Bong, que confesso não conhecer qualquer trabalho(futuramente isso muda). Toda essa apresentação se julga necessária pela qualidade do trabalho. São três contos realmente empolgantes, com tons diferentes, dois um tanto mais críticos e o outro mais escrachado (curiosamente do Leos Carax). Viajamos por crise existencialista dentro de um relacionamento, sobre a forma mais primitiva do homem, e sobre a exclusão social, pela facilidade do desenvolvimento. Vamos a uma sinopse e comentário posterior.


Em “Interior Design”: um jovem casal tenta se adaptar à cidade de Tóquio, movidos pelas oportunidades tentadoras e nem sempre acolhedoras da cidade grande. “Merde” traz uma misteriosa criatura que espalha pânico nas ruas de Tóquio com seu comportamento perturbador e destrutivo, causando espanto e pasmem, ao mesmo tempo comoção pelos cidadãos, que segundo um dos unicos tres homens que falam sua lingua no mundo, ele odeia. E “Shaking Tokyo”: Por mais de 10 anos, ele tem sido um hikikomori, vivendo isolado no seu apartamento. Quando uma jovem entregadora de pizza desmaia em sua casa durante um terremoto, o impensável acontece: ele se apaixona.

Todos os três contos, são embasados em uma visão surrealista do mundo, que no entanto, ainda se permitem criticar, ainda que como uma grande brincadeira, a sociedade moderna, em especial, os japoneses, "homenagiados" por assim dizer do longa. No primeiro longa, a mulher que vira cadeira, se sente mais util assim, do que enfrentando o mundo competitivo e avassalador que o proprio Japão, estabelece como tendència para o mundo todo. Gondry mascara suas reais intenções no surrealismo, sendo sutíl. Aliás o filme é o que mais se aproxima do considerado cinema indie, cheio de truques de camera, cenas inusitadas, contos dentro do conto, as vezes se perdendo com relação a história para mostrar como um todo o ambiente, o mundo, proposto. Seus personagens entram nesse mesmo jogo, envolvidos e ao mesmo tempo desnorteados em seus propositos.

Leos Carax no segundo longa, é totalmente mais direto, embora utilize do grotesco para traçar seu conto. O Senhor Merda, é um personagem absolutamente fora do comum, ou nem tanto, já que reflete de forma absurda e até grotesca, aquilo que julgamos como a escória da humanidade, criado por nós mesmos, diante de tanta desigualdade, egoismo. Ele é exatamente tudo aquilo que sobra de ruim de nós humanos, como se pudessemos extrair isso e depositar em um só personagem. Carax envolve os espectadores ao caos dessa condição humana, sem perder o surrealismo de colocar Sr.Merda como um personagem extremamente semelhante ao "Godzila" das histórias japonesas, como um verdadeiro destruidor. Aos amantes do cinema, vale resaltar os truques sensacionais de camera, o senhor merda é sempre mostrado de frente, até quando caminha, deixando a cidade ao fundo, surgindo como uma ameaça, ao que é desconhecido mais a frente, de dentro pra fora. Ainda como toque brilhante, Carax disponibiliza ao Sr.Merda um advogado que o compreende, dando a entender que ao passo que a sociedade não compreende o caos estabecido pelo desenvolvimentos, a pontos que ainda tende a compreensão do todo, ou daquilo que é esquecido pela civilização.

Bong, fica com o o média mais sensivel. Apresenta seu personagem, da forma mais compacta possível, enclausurado em um apartamento, que armazena diversas coisas que o tempo ali sem sair, o permitiram. Tudo é estocado, ou guardado atoa, transformando o lugar em uma verdadeira fortaleza para um unico sobrevivente. Bong despeja suas preocupações com relação ao mundo globalizado que facilita demais a vida e afasta o convivio social. Sua personagem entregadora de pizza por exemplo, representa de certa forma a sociedade que é controlada por "botôes" que ela literalmente tem no corpo, ou seja por ordens e conceitos pré determinados.Contudo Bong é extremamente mais positivo que seus antecessores. Apesar de uma epidemia atingir toda Tokio, e todos se isolarem, esquecendo do mundo lá fora, das outras pessoas, Bong traça um final tipico de conto de fadas, em que o amor pode unir as pessoas, mesmo nas situações mais imprevisiveis

Tokyo se difere e se encontra em muitos pontos, funciona bem como filme, com seus episódios, todos mostrando diferentes facetas e visões a respeito do mundo atual, dos problemas existências e coletivos, que de certa forma se misturam em um mundo que tende a formar o individual através do coletivo em todas as facetas e formas. Bom filme!!


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