Gênero: Drama
Origem: Itália
Áudio: Italiano/ Inglês
Legenda: Português
Formato: Rmvb
Duração: 167 minutos
Salve !! Eu nem tenho demonstrado o meu cineasta preferido nos últimos tempos, certo ? Já que fica assim tão óbvio vou falar mais um pouco, ou melhor experimentar mais um de seus filmes aqui no blog. Um dos mais importantes por sinal, com todos os elementos felinnianos afiadissímos, aliás uma espécie de prelúdio para o seu melhor, Oito e Meio. Um filme exagerado até mesmo para Fellini, mas ao meu ver isso se julga positivo. Uma verdadeira obra de arte em movimento, a vida transitória de Marcello, o protagonista, suas ambições e vontades sendo extremizadas a ponto de sua identidade ser completamente perdida, apesar de toda a crítica a uma época, o grande feito é em forçar ainda mais a complexidade de um ser em suas escolhas. Uma busca desesperada pelo auto-conhecimento sem o surrealismo espantoso de Oito e Meio, contudo a mesma maestria de trabalhar um personagem, e jogar por assim dizer vários eventos ao seu redor.
O filme é realizado em sete planos, e a cada término a sensação de que algo foi perdido é muito grande, como se cada personagem que fizesse sentido na vida de Marcello fosse completamente deletado, como se não existisse mais. Fellini crítica através do neo-realismo uma Roma pós guerra, uma sociedade inteira perdida em incertezas, mascarada, isso fica bem claro através de Steiner amigo de Marcello, um exemplo que se desfaz, com tudo que nosso protagonista pensou um dia ser o certo a fazer. Depois do fato, que não vou falar, Marcello continua na vida que tanto quer fugir, ainda por cima ascendendo, tornando-se rico, e não infeliz, apenas amargurado pelo que se tornou, mesmo que desfrute isso ao máximo. Isso nos remete a crítica central, o consumismo, que nós é evidenciado em várias cenas, uma delas no castelo burguês, aonde até mesmo o amor é colocado em vão, pela amante rica de Marcello, que se desliga de tudo o que falou por ele, por uma aventura, e não é só por esse caminho, até mesmo nosso protagonista rico, ao lado de tantos amigos futeis, nós da um panorama de uma sociedade completamente voltada para o consumo, para o prazer, sem medidas, sem restrições.
O fato de A Doce Vida ser conduzido em capítulos requer extrema atenção, ou como já disse, ficamos com aquela sensação de que perdemos algo, mas para entender sem preocupações, basta focar em Marcello e seus anseios. Falando um pouco tecnicamente, aproveitando a linha de raciocínio, Fellini nos presenteia com uma de suas fotografias mais divinas, embora ainda no preto e branco, para isso ele conta com toda a elegância do figurino italiano, e uma capital divinamente bela, seu toque crítico acaba dando um panorama belo apesar de tudo. Tudo isso somado a um roteiro completamente doido, com cenas que transformam o cotidiano em aventura. E como não falar ainda da inclusão de modos circenses no filme, Fellini e seus palhaços, e sua alegria incomum pela vida, já que no final tudo fica como deveria ser, independente da crítica, seus personagens encontram um caminho, mesmo que as vezes melancólico. Seu protagonista então, um ser dubio, dividido pelo prazer e pela dignidade, no fim das contas não é tão simples assim decidir por um lado. Bem é isso, bom filme !!
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